SAUDAÇÃO

Bem-vindos amigos! Saudações ferroviárias!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Uma homenagem ao pioneiro


Irineu Evangelista de Souza

A personalidade empreendedora de Irineu Evangelista de Souza (1813-1889) tornou possível a implantação da ferrovia no Brasil. Gaúcho de Arroio Grande, veio para o Rio de Janeiro acompanhado de seu tio aos 11 anos de idade após a morte de seu pai. Trabalhou na casa de comércio do português, Antonio Pereira de Almeida, até conhecer o escocês Richard Carruthers que lhe empregou em sua empresa de importação aos 17 anos de idade. Com Carruthers aprendeu o idioma inglês e também contabilidade. Irineu demonstrou-se um jovem de grande potencial na arte de comerciar, chegando ao cargo de gerente aos 23 anos e em seguida tornou-se sócio da empresa.


Richard Carruthers
Levado pelas mãos de Carruthers, que Irineu considerava como pai, foi iniciado na Maçonaria que influenciou diretamente sua personalidade. Casou-se aos 27 anos com sua própria sobrinha, filha de sua irmã, a jovem Maria Joaquina, a quem tratava carinhosamente de "May" que contava na ocasião com apenas 15 anos de idade e teve com ela 18 filhos, dos quais 11 sobreviveram ao parto e destes, apenas 7 chegaram a maioridade. A família morava no bairro de São Cristóvão, no casarão que pertenceu a Marquesa de Santos, onde hoje abriga o Museu do Primeiro Reinado.

Maria Joaquina (May)

Nesta época Irineu começa sua carreira de industrial. Traz da Inglaterra a tecnologia necessária para realizar uma verdadeira onda de modernidade, industrializando um país essencialmente agrícola. Adquiri uma fundição de ferro em Ponta de Areia, Niterói, e a transforma num estaleiro para construções navais, cria uma companhia de navegação no Amazonas, canaliza o Rio Maracanã, promove a iluminação a gás do Rio de Janeiro e funda um novo Banco do Brasil. Irineu é citado por Julio Verne em sua obra "A Volta ao Mundo em 80 dias" quando o personagem Mister Fogg se refere a ele como o "único banqueiro confiável do hemisfério Sul".
A Baroneza

No dia 30 de Abril de 1854, aos 40 anos de idade, Irineu Evangelista de Sousa, inaugura a Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis. Trata-se da primeira ferrovia do Brasil, que ligava a localidade de Mauá até Fragoso e ficou conhecida como Estrada de Ferro Mauá. Neste dia, que é o dia do ferroviário, Irineu recebe o título de "Barão de Mauá" e a locomotiva que percorreu o trajeto de 14,5 Km em 23 minutos, recebe o apelido de "Baroneza", em homenagem a sua esposa May.  Esta locomotiva pertence ao acervo do Museu do Trem, no bairro do Engenho de Dentro. Mauá também possui o título de Patrono do Ministério dos Transportes.
Patrono do Ministério dos Transportes
Brasão do Barão de Mauá - a locomotiva, o barco a vapor, quatro lampiões a gas e a inscrição LABOR IMPROBUS OMNIA VINCIT ( O trabalho honrado sempre vence ) 

Quando o Imperador começa a construir a nossa Estrada de Ferro Dom Pedro II, é com o aval do Barão de Mauá que isto se torna possível, inclusive colocando a disposição dos ingleses, responsáveis por sua construção, seus bens pessoais como garantia de pagamento do governo imperial.

Em 1874, instala o cabo telegráfico submarino ligando o Brasil a Europa, e por isso recebeu o título de Visconde de Mauá aos 61 anos de idade.

Crises políticas e econômicas fazem com que Irineu venda grande parte do seu patrimônio para saldar honrosamente suas dívidas e, ainda assim, já sexagenário, torna-se agenciador  comercial de café fazendo um bom dinheiro.

Após uma vida de realizações pessoais e com o sentimento de ter colocado o Brasil no rumo do progresso, Mauá veio a falecer no dia 21 de outubro de 1889, aos 75 anos de idade, vitimado pelo Diabetes na sua residência em Petrópolis. Seu corpo é transportado de trem pela ferrovia que ele construiu para ser sepultado no Cemitério do Catumbi.
Visconde de Mauá

Na literatura o livro  "Mauá - Empresário do Império" - Jorge Caldeira.

No cinema o filme "Mauá - O Imperador e o Rei"
Distintivo da Loja Maçônica Barão de Mauá da cidade de Santos

Estátua do Barão na Praça Mauá erguida em 1910 por iniciativa do Clube de Engenharia
 

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