Minha origem na ferrovia como maquinista foi nas Locomotivas Diesel-Elétricas. Em 1987, eu e meus companheiros ( muitos ainda trabalhando juntos até hoje ), ingressamos na CBTU - Companhia Brasileira de Trens Urbanos e fomos lotados na antiga ORT-6, no Depósito de Máquinas de São Diogo - Rio de Janeiro, onde fomos apresentados àquelas locomotivas que naquela época já contavam com mais de três décadas de serviços prestados à nossa ferrovia. Aprendemos desde o início que as Locomotivas receberam o apelido de "Canadense", identificando sua origem e que também eram conhecidas como "MK" mas esta sigla ninguém conseguiu nos explicar. O fato é que aquele nosso entusiasmo inicial fez aguçar nossa curiosidade em saber de onde vem o termo "MK" e apresentar a importância da nossa Locomotiva no passado e no presente em vários estados do Brasil e também em outros países como nos Estados Unidos e em Portugal. Até hoje tenho um carinho muito especial por esse tipo de trabalho da Tração.
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Interior do antigo Depósito de Máquinas de São Diogo. Ao fundo, quadro de controle geral de MK. De pé, nosso primeiro instrutor na ferrovia, o Sr. Alcedilo Leal. |
Mas o que significa a sigla MK?
A Estrada de Ferro Central do Brasil ( EFCB ) adquiriu entre 1945 e 1952 as Locomotivas modelo RS-1 de 1000 HP e RS-3 de 1600 HP para alavancar o transporte de passageiros de longo percurso e que através dos anos foram destinadas aos serviços de manobras e manutenção. As empresas que forneceram essas Locomotivas para o Brasil foram a American Locomotive Company ( ALCO ), dos Estados Unidos, criada em 1901, em trabalho conjunto com a General Eletric ( GE ), fundada em 1878, ambas de Schenectady, New York. A ALCO construiu os Motores-Diesel e a GE ficou responsável pelos Motores de Tração e pelos Geradores. Seguindo uma linha expansionista a ALCO adquiriu em 1904 a empresa Locomotive & Machine Company of Montreal, do Canadá, em 1904, surgindo neste país a Montreal Locomotive Works ( MLW ) que na época da fabricação das ALCO RS-3, formou uma parceria com a empresa MK Company ( Morrison - Knudsen Company ). A MK Co. era uma das maiores empresas de projetos e de infra estrutura dos Estados Unidos, nasceu da parceria dos empresários Harry Morrison e Morris Knudsen, iniciada quando os dois trabalharam juntos na construção do Canal de New York em 1905. A empresa cresceu e abraçou outros segmentos, inclusive o setor ferroviário, tornando-se líder mundial em construções atuando em cerca de 60 países. Daí vem o termo "MK" para as nossas Locomotivas.
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Logotipo da ALCO-GE |
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Antiga placa de bronze das locomotivas da MLW
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Logotipo da MK Company |
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Morrison, o "M" da MK |
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Knudsen, o "K" da MK |
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Turma de construtores de locomotivas da MK Company, Canadá, década de 1950 |
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Vagão de lastro da Morrison-Knudsen na atualidade, Estados Unidos |
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Desenhos da RS-3 feito no Brasil, lateral e frontal. As RS-3 foram fabricadas entre outubro de 1946 e agosto de 1953 em Montreal, Canadá, num total de 1.753 unidades. O Brasil recebeu 48 unidades da RS-3
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Especificações técnicas da RS-3 |
ESTADOS UNIDOS
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Circulando pela High Line ( Linha Elevada ) em New York, década de 1950. Ao fundo o Empire State. |
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Abastecimento e manutenção, 1967 |
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Delaware & Hudson |
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Pátio de manobras da New York Central |
PORTUGAL
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Locomotiva da Empresa Ferrovias e Construções S.A. em serviço na cidade de Santarém, Portugal |
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Cabine de comando da RS-3 da empresa Ferrovias e Construções S.A. |
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Locomotivas da empresa Somafel - Engenharia e Obras Ferroviárias na cidade de Alcácer do Sal, distrito de Setúbal |
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A Sofamel tem sede na cidade de Porto Salvo |
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Placa da ALCO-GE numa Locomotiva da Sofamel |
BRASIL
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ALCO RS-3 fazendo o " Trem Cata-Jeca" em Minas Gerais |
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Em Minas Gerais recebeu o curioso apelido de "Rabo Quente " |
TOCANTINS E MARANHÃO
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ALCO RS-3 da empresa SPA Engenharia na Ferrovia Norte-Sul em Tocantins |
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Em 2008, Lula e Sarney na inauguração de um trecho da Ferrovia Norte-Sul que liga o Tocantins ao Maranhão |
SÃO PAULO
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antiga Companhia Paulista |
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Companhia Paulista de Trens Metropolitanos ( CPTM ) |
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É uma ALCO RS-3 que traciona o Expresso Turístico da CPTM que parte da Estação da Luz para Jundiaí, Mogi das Cruzes e Paranapiacaba |
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Aspecto da Estação da Luz antes da partida do Expresso Turístico |
RIO DE JANEIRO
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Antiga MK 7125 nas Oficinas de Locomoção do Engenho de Dentro na década de 1980. Hoje é onde está localizado o Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão. |
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MK 7125 na passagem de nível entre a Locomoção e a parte inferior da Estação Engenho de Dentro. Esta passagem ficava ao lado do Museu do Trem. |
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Comboio de MKs no Engenho de Dentro, 1982 |
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MK de prontidão no antigo Desvio 18, pátio de DPII - 1984 |
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Na Serra das Araras |
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Trecho na Serra |
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Uma Locomotiva modelo RS-1 no pontilhão da oficina de Deodoro, década de 1970 |
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Comboio de MKs na Linha A em DPII em 1993 'a caminho de Barão de Mauá |
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Em Barão de Mauá |
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MK 7115 e carro de passageiros da Central Logística em Barão de Mauá |
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Painel de controle da MK 7115 |
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Duas MKs em Deodoro |
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MK e vagões de manutenção de Rede Aérea |
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MKs 7120 e 7121 em resgate da Manobreira nº 7 do Arará para Barão de Mauá. Equipes da Supervia, MRS e Associação Fluminense de Preservação Ferroviária. |
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Deodoro. Reboque do novíssimo Trem Chinês em 2012 |